sábado, 19 de junho de 2010

Indiferença


Sou frágil. De vidro. Ou cristal. Mas o mais leve toque faminto leva à destruição em pedaços fingidos.
O toque da maldade é-me familiar e prolonga o mal estar de curiosidade que me aproxima da vivência mortal. Cada vez mais mortal.
O empurrão de inveja faz-me inventar um novo ser ambíguo.
A mão falsa proíbe-me de ser quem sou.
Todas estas quedas eu experimentei. Tive o prazer de as receber dignas e indignas.
Mas. Mas. Mas o toque da indiferença subjuga-me a um lugar cheio e imenso de sombras e escuridão vazia. A indiferença fere e faz a fragilidade, o vidro, o cristal dividir-se em bocados angustiados.
Mas. Mas. Mas faz crescer uma sede de maldade, inveja, falsidade e na base superior, a vingança. A pura vingança de inimizade crua.
Sinto-a sem a poder recuar. Quero sentir a aclamada indiferença também. Mas é o sentimento que não perdura. Que não sei. Que não sei. Só sem saber.
E aqui fico numa encruzilhada de um dilema pronto a abastecer o caos.
Posso concluir. De duas formas inimigas.

2 comentários:

  1. Dureza, crueldade. Da indiferença só nasce vingança. A verdade é que só cuida quem gosta, só ama quem quer. A atenção é fruto de cuidado, de um reflexo natural, que exclui a vaidade. O que é, tem de ser. O que não é, doi. Mas a força da vontade vem de dentro, e só o que se sente verdadeiramente, permite-nos ser quem realmente podemos ser. Aceita e acorda, pois se sofres com quem não merece, então não te podes contentar com o que tens para ti. Somos sozinhos no mundo, só de um bom fado poderá vir boa maré...

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  2. (*então só te podes contentar com o que tens para ti)

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