Ele que gira e se pavoneia alegremente sob a ingenuidade e frescura dos seus amantes.
O pião, que traz a infância à memória escutada de um antepassado demente.
É a primeira imagem que vem na lembrança de clichés de amargura em câmara lenta.
Vemo-lo rodar e rodar e rodar, numa mistela cromática de suspensão e depois ir pesarosamente atingindo a meta de cair sem vida.
E quando o pião cai, morre o seu redundante público.
Fascinando os demais, o pião que gira e gira e gira, escuta os olhares abundantes de inocência trágica e pede mais.
E com a corda faiscante, os leitores de suas rúbricas gravadas no chão de pedra movem-no para esse terreno sólido outra vez e voando ele roda e roda e roda, até morrer de novo.
As crianças têm a pura bondade e o mais malévolo impulso, e assim, construindo a passagem para a humanidade social, elas influenciam-se deixando o seu inocente pião, sinal da fertilidade da sua pureza.
E o pião gira e gira e gira, até cair para não mais se erguer.
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