quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cigarro


Olho para o cigarro oscilando entre a beleza e a rudeza...
Pousado no cinzeiro de vidro frágil, as suas cinzas de mármore corroem o papel de linho.
Vejo o fumo dançar e formar maravilhas. Bailarinos, animais, poetas,...até mesmo letras.
Tão solitária fico quando o aperto entre os dedos gastos, que o deixo ali...
Volta a ser um energúmeno e a gritar por mim.
Pelos meus lábios a tomarem-lhe a forma, pelo seu sabor se misturar no meu gosto...
Ele deseja-me...e eu a ele.
Mas para mim simboliza a tristeza, a melancolia...
Seguro então nele...uma lágrima de afeição rola pela minha pele azeda e mergulha no meu peito.
Deu-se a cópula da ambição.

Sem comentários:

Enviar um comentário