sábado, 13 de março de 2010

Espelho


Olho. Vejo. Revejo. Imagino. Acredito. Minto. Volto a rever.
Há um furto ímpio de tudo o que sou.
Suga-me todas as minhas possíveis ambiguidades e desfaz-se num semblante lamentoso...
Hei-de jazer e voltar a encontrar-me lá...
Vês tudo de mim, mesmo o que eu não vejo.
Roubas o meu olhar e deixas-me vazia, sem nada, sem pudor, sem tristeza, sem regalias...
Dentro de ti sou um mero servo nesta liturgia que é estar.
Estava. Por tua causa...deixei de estar.
E agora não sou mais.
És o mais vil da existência.
Temo-te, respeito-te.
Mas repugno-te.

4 comentários: