domingo, 7 de março de 2010

Luz de uma Vela


Observo apaticamente o tremelicar de uma ofuscante vela...
Tem a base de barro cuidadosamente Português e é antiga...
Essa mesma base de apoio comum está suja de cera dura que se desfaz melancolicamente nos meus enebriados dedos...
Brota melancolia e o seu fervor é a transmissão de uma troca de palavras boémias.
Abre-se uma janela ou porta ou alguém respira com mais entusiasmo e ela estremece...por ser tão fraca. Tão sensivelzinha e obtusa.
Uma nota soa no fundo e ela escurece de amargura.
Assim, como uma traça nocturna, ela pode voar...e arreliar.
Encontro-me rodeada de almas, corpos e palavras. Mas estou mais só do que alguma vez estarei.
E a culpada é essa luz que me ofusca.
Essa vela que chora comigo e sente com todos.
O meu egoísmo revela-a minha.
Um sopro. O apagão dá-se.
Farei as minhas revelações...

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