terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lua


A lua, aquela fogaz curiosa que sabe tudo o que faço. Tanto tempo que espera por alguém que a ame, mas em vão se pavoneia com o seu ar sobranceiro de mistério puro e incoerente.

A lua, a melhor amiga e a pior das falsas. Aquela que me acolhe e me ouve quando preciso de libertação mundana, mas aquela traidora que me dá desonestos conselhos.

Lua, lua, lua. Nome belo e amaldiçoado. És a decadência pura da humanidade mas a perfeição só pode provir de teus montes encrostados no meu peito.

Embora não tenhas essa profundidade que aparentas, teus olhos choram lágrimas de constante desalento. Esse frágil grito de agonia que me envias, cortante e sem poeira, faz-me conhecer o que mereço.

Obrigada Lua, mas estou farta de perseguições. Digo: Não te concedo o dia.

Não posso fugir de ti, porque me olhas a nuca, aquela infeliz coitada que não existe sem sentir. Mas, embora corras atrás de mim, eu irei amar-te, no dia do começo e de meu nascimento.

Volto e não mais vou dar-te devaneios tristes desta criança perdida que se há de encontrar.

Adeus Lua. E quando te reencontrar, dar-te-ei um desejado beijo de desprezo.

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